O Ceará já aplicou 5,6 milhões de doses, das quais 4,3 milhões doses foram registradas na base nacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI) (Foto: STR/AFP)
Na caminhada para imunizar o máximo de pessoas possíveis contra a Covid-19, o Ceará registra a AstraZeneca como a vacina mais aplicada na população do Estado até a última sexta-feira (6), segundo dados do Localiza SUS, plataforma do Ministério da Saúde.
São 2 milhões de pessoas imunizadas com a AstraZeneca, vacina da universidade de Oxford produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), representando cerca de 46,3% dos 4,3 milhões de cearenses já vacinados.
Após a AstraZeneca, 42,3% foram com doses da CoronaVac, 10% da Pfizer e somente 1,4% da Janssen, o imunizante de dose única. Com esse registro, no Estado, 88,6% das doses foram de vacinas cujo tempo para completar o ciclo de imunização integral é superior a 40 dias.
Ao todo, ainda conforme dados da plataforma, o Estado aplicou 5,6 milhões de doses, das quais 4,3 milhões dessas, entre D1, D2 e Dose Única, já foram registradas na base nacional do Programa Nacional de Imunizações (PNI).
As demais aplicadas, diz o Ministério, foram informadas nos painéis da Secretarias Estaduais, aguardando registro na base nacional.
DOSES APLICADAS ATÉ SEXTA-FEIRA (6):
- Pfizer: 433.954 pessoas = 10%
- Janssen: 63.036 pessoas = 1,4%
- AstraZeneca: 2.005.319 pessoas = 46,3%
- CoronaVac: 1.830.864 pessoas = 42,3%
Os dados também indicam que no Estado, foram contemplados com dose única da Janssen: profissionais da saúde, pessoas com comorbidade e pessoas da população em geral que tem entre 18 e 59 anos.
No Ceará que, assim como os demais estados, depende do repasse de doses do Governo Federal. A CoronaVac, imunizante da biofarmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, e primeira vacina contra a Covid a ser aplicada no país, é a segunda mais utilizada.
A estimativa do Ministério da Saúde é de que no Ceará, cerca de 6,7 milhões de habitantes sejam vacináveis. Desses, 25,51% já estão com o ciclo de imunização completo, com as duas doses ou a dose única.
SEGURANÇA E RAPIDEZ DA VACINAÇÃO
Em meio ao cenário da pandemia de Covid-19, com todas as discussões existentes acerca da qualidade e segurança das vacinas disponíveis contra o novo coronavírus, a infectologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, aponta que todas aquelas liberadas no Brasil apresentam eficácia garantida.
Para ela, o mais importante é manter as pessoas se vacinando, com os imunizantes já aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já que os dados apontam para uma relação direta entre o aumento da imunização e a consequente queda no número de internações.
A vacina ruim é aquela que a gente não tem. O ideal é que todo mundo tenha acesso a pelo menos uma das vacinas. O objetivo é que tenha pouca gente que não esteja imunizada para não ter espaço para a Delta se multiplicar ou espaço para aparecerem outras variantes.
MÔNICA FAÇANHA
Infectologista
Conforme coloca, não é momento para estar escolhendo entre "vacina A ou B", mas garantindo a imunização com a que está disponível no posto de saúde, já que todas apresentam redução nos casos graves, "que é objetivo principal".
"Nesse momento, precisamos de 80% da população vacinada, independente qual vacina. Os estudos continuam sendo feitos, se houver algum tipo de risco para as pessoas que tomaram uma vacina que vale por um tempo mais curto, com certeza vão ser tomadas as medidas para complementar a imunidade", finaliza.