(Foto: Nah Jereissati)
Pacientes com Covid-19 de Manaus serão transferidos para Fortaleza e outras cidades do país, devido ao colapso do sistema de saúde amazonense. O Hospital Universitário Walter Cantídio (Huwc), vinculado à Universidade Federal do Ceará (UFC), em Fortaleza, foi uma das nove unidades de saúde listadas pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) para receber os pacientes com Covid-19 oriundos de Manaus, onde a falta de oxigênio em hospitais agravou a crise sanitária no Estado. No total, quatro pacientes devem ser atendidos no local.
Em nota, o Huwc declarou que "apresenta condições de receber quatro pacientes, dois masculinos e dois femininos, em enfermarias preparadas para pacientes em isolamento".
A unidade disse ainda que a articulação sobre a vinda deles e o contato com as secretarias de saúde, tanto municipal como estadual, é de competência do Ministério da Saúde.
A Pasta federal confirmou as quatro transferências e acrescentou que os pacientes "atendem a critérios clínicos definidos pela equipe médica".
"O deslocamento será realizado com a presença de profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem para prestar atendimento aos pacientes. Em terra, cada destino ainda terá à sua disposição uma frota de ambulâncias exclusivas para levar os pacientes dos aeroportos aos hospitais", detalhou o Ministério.
Atendimento em outros estados
Na quinta, a Ebserh encaminhou um ofício ao Ministério disponibilizando 149 leitos exclusivos para o atendimento aos infectados, somando os nove estabelecimentos, sendo 22 de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e os demais de enfermaria.
Além do Ceará, foram disponibilizados hospitais federais do Maranhão (40), Rio Grande do Norte (10), Piauí (30), Paraíba (15), Pernambuco (10), Alagoas, Brasília (20) e Goiânia (20). “A expectativa é receber os pacientes nos próximos dias para tratamento em leitos de enfermaria e UTI”, afirma a Ebserh.
A logística de transferências envolve duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), com capacidade de 25 pacientes deitados em macas dentro de voos. A medida foi adotada numa tentativa de se evitar a morte ou o agravamento do estado de saúde de pessoas com Covid-19, bem como reduzir o consumo de oxigênio nos hospitais de Manaus.
Ontem, o governador do Ceará, Camilo Santana, informou pelas redes sociais ter conversado com o governador do Amazonas, Wilson Lima, e disponibilizado apoio. “Colocamos o Ceará à disposição para ajudar, inclusive quanto à questão da falta de oxigênio para atender a pacientes com Covid-19 em estado grave”, disse.