Brasil
Publicada em 09/10/19 às 09:21h - 221 visualizações
Ibama teria apelado à Petrobras para inspecionar poços no litoral do Nordeste
Apesar de laudo atestar que petróleo derramado nos nove estado da região não é da Petrobras, Ibama pediu para empresa investigar produção em águas profundas

Rádio Fm Opção

 (Foto: https://mais.opovo.com.br)

om a lentidão em torno das investigações sobre a origem do petróleo cru que está poluindo o litoral do Nordeste desde o final de agosto, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) teria sugerido à Petrobras que realizasse uma inspeção submarina, usando o robô ROV, em seus poços na costa da região. O pedido teria sido feito na manhã de ontem (terça), 8, por causa da demora em se apontar responsabilidades e, até agora, não se saber qual a origem do desastre ambiental que já despejou mais de 160 toneladas de óleo bruto em apenas dois estados (Sergipe e Rio Grande do Norte).

O POVO apurou que a Petrobras, embora sustente com um laudo que o petróleo cru "não é produzido nem comercializado" pela companhia brasileira, levou o pedido do Ibama para ser analisado pelo setor jurídico. O robô ROV é uma máquina operada remotamente utilizada para missões em grandes profundidades marítimas onde estão as plataformas da empresa em alto mar.

No último dia 25/9, a estatal informou em nota à imprensa que técnicos do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenepes) analisaram pelo menos 23 "amostras de óleo encontradas ao longo das últimas duas semanas em praias nos estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte" e constataram que os resíduos não têm o DNA dos produtos nacionais.

Enquanto os culpados e a causa geradora do crime ambiental não são descobertos, a mancha de petróleo cru segue fazendo estragos em 132 praias de 61 municípios nordestinos e nos ecossistemas marinhos dos nove estados. A situação mais crítica, atualmente, é de Sergipe onde há mais presença de "vestígios esparsos" na orla, rochas e estuários. Do Ceará foram deslocados mais oito homens para operações de urgência em Aracaju e outras cidades costeiras.

São três profissionais de liderança treinados para esse tipo de operação de emergência com desastres ambientais e cinco operadores da Suatrans Ambipar Response, empresa contratada pela Petrobrás para operar o Centro de Defesa Ambiental do Ceará (CDA-CE). Além deles, dois empregados da companhia já haviam ido para Sergipe. E dois veículos, tipo pick up, foram enviados para lá.

Até a última segunda-feira, foram recolhidas das praias de Sergipe pelo menos 168 toneladas de petróleo cru misturado à areia (estima-se que dez toneladas seja terra). Trabalho feito com tratores por causa da grande quantidade da substância espelhada pelas praias interditadas para banhistas, surfistas e pescadores.

No Rio Grande do Norte, entre os dias 12 e 15 do mês passado, foram coletadas duas toneladas da substância tóxica. No Ceará, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) apanhou meia tonelada do petróleo cru em nove praias cearenses a partir da Cofeco. No último dia 2, a Prefeitura de Fortaleza recolheu mais meia tonelada do óleo grosso na capital cearense.

A primeira notícia sobre a chegada do petróleo cru na costa do Nordeste é do final de agosto deste ano, 30/8. O Ibama reconheceu oficialmente o problema no dia 2/9, porém só ligou o alerta de socorro dia 11/9, quando pediu a Petrobras que acionasse os Centros de Defesa Ambiental para o recolhimento da lama de petróleo.

Em conversa com O POVO, por telefone, a assessoria de imprensa da Petrobras afirmou desconhecer o pedido feito pelo Ibama à companhia para inspecionar os poços em alto mar usando robô. No entanto, ficou de verificar a informação e retornar. Já o Ibama, encaminhou para o Ministério do Meio Ambiente os questionamentos feitos pelo jornal sobre o assunto.

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Rios

O governo de Sergipe anunciou ontem que colocará boias absorventes para evitar que o óleo que polui a zona litorânea entre nos rios, sobretudo o São Francisco. Os equipamentos são da Petrobras.





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