(Foto: SSPDS)
O chefe e um dos fundadores do grupo autor dos atos criminosos registrados no Ceará, identificado a partir de investigações coordenadas pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), foi transferido, nesta sexta-feira (27), para um presídio federal no Rio Grande do Norte. Ednal Braz da Silva (46), o “Siciliano”, foi transportado em uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) e seguiu escoltado por agentes de segurança cearenses e da Polícia Federal.
“Siciliano”, que é natural de Umbuzeiro, na Paraíba, se encontrava recolhido na Penitenciária Doutor Ênio Pessoa Guerra, em Recife, no Estado de Pernambuco. O criminoso integra uma lista de comando de um grupo criminoso em que figuravam outros nove homens com funções de chefia. Esses nove já foram presos pela Polícia Civil cearense, em ações distintas, desde o final do ano de 2018. O isolamento de chefes como “Siciliano”, em unidades federais, é uma medida utilizada com o objetivo de enfraquecer a atuação de grupos criminosos.
Operação Torre
As forças de segurança chegaram até o paraibano após investigações da Draco, que subsidiaram os trabalhos policiais por trás da “Operação Torre”, divulgada nessa quinta-feira (26), e que cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão no Ceará e em Pernambuco. A ofensiva foi deflagrada pela Polícia Federal (PF), em conjunto, com a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e o Departamento Penitenciário Nacional (Depen).
No total, foram expedidos 15 mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão. Os mandados da operação Torre foram deferidos pela Vara de Delitos de Organizações Criminosas da Justiça do Estado do Ceará, com o objetivo de prender os responsáveis pela ordem de execução de um crime contra uma torre de transmissão de energia elétrica, ocorrida dia 1° de abril de 2019, na Região Metropolitana de Fortaleza. Os alvos da operação também são investigados por incêndios criminosos a veículos e estabelecimentos desde o último sábado (21). Os investigados responderão, conforme suas condutas, pelos crimes de dano, incêndio, participação em organização criminosa e outros que forem verificados nas investigações.
Cronologia de prisões
Antes de identificar “Siciliano” como integrante da cúpula da organização criminosa, a Draco prendeu nove chefes em ações no Ceará, Pernambuco e no Rio Grande do Norte.
1. O primeiro a ser preso pela Draco foi Marcos da Silva Pereira (38), o “Marquim Chinês”, no dia 19 de setembro de 2018. Ele foi localizado pelos policiais civis especializados na cidade de Caucaia – Área Integrada de Segurança 11 (AIS 11). Com “Marquim Chinês”, que possui antecedentes criminais por homicídios, tráfico de drogas e associação para o tráfico, a Draco apreendeu R$ 19 mil em espécie. À época, o homem confirmou que possuía o status de fundador na organização criminosa.
2. Em continuidade às investigações, Marcos André Silva Ferreira (24), conhecido por “Branquinho”, foi preso no dia 10 de outubro de 2018. Ele residia em um prédio de luxo, no bairro Meireles (AIS 1) de Fortaleza. “Branquinho” já respondia por homicídios, receptação, roubo e porte ilegal de arma fogo.
3. A terceira captura foi de Yago Steferson Alves dos Santos (26), o “Yago Gordão”, no dia 18 de dezembro de 2018. Com três mandados de prisão em aberto, ele foi localizado pela Draco em Natal, no Rio Grande do Norte, onde ostentava uma vida de lixo em flat na Praia de Ponte Negra. “Yago Gordão” era apontado nas apurações da Polícia Civil como um criminoso com atuação direta no tráfico de drogas e com papel de chefia dentro da organização criminosa.
4. Também em outro Estado nordestino, dessa vez em Pernambuco, os policiais civis da Draco chegaram a mais dois integrantes do alto escalão do grupo. Francisco de Assis Fernandes da Silva (43) e Francisco Tiago Alves do Nascimento (33), “Barrinha” e “Tiago Magão”, respectivamente como são conhecidos os presos, foram apontados nos relatórios de inteligência da Polícia Civil cearense como mandantes das ações criminosas do grupo. Os dois investigados viviam em imóveis de alto padrão, localizados em Boa Viagem, Recife, onde ostentavam uma vida de luxo, com o dinheiro que era arrecadado pelos outros membros do grupo criminoso em atividades ilícitas. As capturas ocorreram nos dias 11 e 13 de abril.
5. Antonio Iago da Silva (26), o “Magnata”; Carlos Sérgio Galdino Facó (35), o “Morada”; e Dhelk Vieira Silvestre (29) foram capturados, no dia 10 de maio de 2019, na cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, por equipes da delegacia especializada. Todos estavam residindo em imóveis alugados, no bairro Nova Betânia. Durante a ação que resultou na prisão do trio, os policiais civis apreenderam duas armas de fogo, 42 munições, três carregadores de pistola, dois veículos – incluindo um com queixa de roubo e placas clonadas – e R$ 210,00 em notas de 10 reais, manchadas com tinta de dispositivo antifurto.
6. Suelito Borges de Sousa (37), vulgo “Sb” ou “Rei da Colômbia”, que já responde por lesão corporal dolosa e tráfico de drogas, foi capturado no dia 19 de setembro último, por policiais civis da Draco, em Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana de Recife, em Pernambuco. Na residência, onde ele estava morando, já em Olinda, a Polícia Civil encontrou um veículo blindado. As investigações apontam que Suelito exerce a função de conselheiro final da organização criminosa.
Fonte: SSPDS