Brasil Publicada em 06/09/19 às 08:29h - 230 visualizações
Sistema Prisional "deixou de ser 'escritório do crime'", crava Camilo Em entrevista para o Debates Grandes Nomes, governador assegura que facções não detém o comando de presídios e se volta contra o Governo Federal quanto à privatização do Parque Nacional de Jericoacoara
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(Foto: https://mais.opovo.com.br/)
o falar sobre a onda de ataques à qual o Ceará foi submetido no início do ano, o governador Camilo Santana (PT) assegurou que hoje quem tem o controle dos presídios é o Estado. Ontem, ele foi entrevistado na sede do O POVO para a 14ª série de programas especiais "Debates Grandes Nomes". Ele esteve acompanhado de um assessor e um fotógrafo.
"Onde é que estão os principais líderes de facções criminosas ou de facções no Brasil? Estão presos. Se estão presos, não era para a gente estar tendo essa violência no Brasil", teorizou, recuperando argumento utilizado em Lisboa, em Portugal, durante palestra. Foi a partir deste diagnóstico que, conforme o petista, o Ceará passou a voltar atenção ao cotidiano dos presídios. Isso, portanto, gerou a reação vista em janeiro, com ataques ao patrimônio público capitaneados por facções.
"Hoje, você vai lá no presídio, a situação mudou, hoje quem manda no presídio é o Estado: deixou de ser escritório do crime, isso não tenho nem dúvida. Hoje, nós estamos ganhando essa guerra", assegurou. Ele ainda qualificou o secretário da Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, como "maior profissional do Brasil" na área.
Assista na íntegra à edição do Debates Grandes Nomes com o governador Camilo Santana
Embora tenha reconhecido o auxílio prestado pelo ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) durante a crise, Camilo ressaltou que a guarda das fronteiras é atribuição da União, que precisaria, no entendimento dele, ser mais presente na área.
O crime no País, prosseguiu o petista, ultrapassou a fronteira dos estados. Por sua vez, a luta pela aprovação do Sistema Único de Segurança Pública (Susp) — Lei nº 13.675/2018 — ainda não se traduziu em resultados objetivos, já que "até agora nós não recebemos um centavo", avaliou. "A gente imaginar mais de 500 quilômetros de fronteiras marítimas no Ceará. Quem é o responsável por resolver? O Governo Federal", complementou.
Indagado sobre a relação com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ele respondeu que busca cultivar bom diálogo. Argumenta que as eleições passaram e, agora, todos representam anseios das pessoas. Também não deixou de criticar a gestão federal quando deparado com alguns questionamentos.
A saída de Maracanaú do programa piloto em Segurança Pública, de autoria de Moro, por exemplo, é interpretada com surpresa pelo governador. Ele alegou ter dito que apoiaria a vinda no que fosse preciso. O município da Região Metropolitana de Fortaleza perdeu espaço para Paulista, em Pernambuco. O revés comumente pauta os entreveros entre o líder do governo na Assembleia Legislativa, Júlio César Filho (Cidadania) e a deputada estadual Fernanda Pessoa (PSDB).
Na linha do que frequentemente alega Júlio César, o governador informou ter oficiado a pasta de Moro na intenção de saber os motivos da ausência de Maracanaú, o que teria ocorrido há três meses, sem ter ainda recebido resposta.
O gestor estadual também ressaltou demais áreas da própria gestão, a exemplo da Educação, a qual diz ser referência para todo o Brasil, e o Turismo, com todo o potencial que atribui ao Estado na área. Se depender do governo estadual, inclusive, a privatização do Parque Nacional de Jericoacoara não acontecerá.
Ouça o áudio do governador Camilo Santana sobre a eventual privatização do Parque Nacional de Jericoacoara
A Procuradoria-Geral do Estado do Ceará (PGE-CE), diz o petista, já prepara documento para apresentar à União que traz dois pontos fundamentais: a área do Parque pertence ao Estado, não à União, e o Governo Estadual tem intenção de gerir o espaço, não fornecê-lo à iniciativa privada.
Questionado se outro tema esteve em pauta na reunião com a bancada cearense em Brasília, na última terça-feira, 3, além do pedido de apoio à Plataforma de Modernização da Saúde, ele disse que não. Segundo a equipe dele, governador e parlamentares federais terão reuniões temáticas com frequência, ainda sem datas estabelecidas.
Foi num desses encontros na capital federal, aliás, que o governador solicitou apoio dos deputados ao conjunto de novas regras previdenciárias, ainda antes de ele ser apreciado pela Câmara dos Deputados em primeiro turno, 11 de junho.
A bancada de 22 deputados terminou dividida durante a votação, em 11 a 11. Camilo não negou as tratativas junto aos parlamentares, mesmo que o PT tenha fechado questão contra o texto, contanto que preservasse “direitos da população mais carente”.
O relator da proposta no Senado, Tasso Jereissati (PSDB), incluiu estados e municípios no texto, com a prerrogativa dos estados e municípios aprovarem nos seus estados e municípios. Incluiu, mas para que o texto promova alterações nos estados e municípios, será necessária a aprovação das Assembleias Legislativas.
Hoje, a série Debates Grandes Nomes entrevistará o jornalista Kennedy Alencar, especializado na cobertura política e econômica nacional e correspondente da Rádio CBN
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