(Foto: Femice)
Representantes da Federação das Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Ceará (Femice) divulgaram, em Brasília, uma carta aberta aos deputados federais cearenses. O objetivo é sensibilizar os parlamentares em relação à aprovação de emendas para o financiamento e o custeio do setor filantrópico.
Segundo a vice-presidente da federação, Rosiley Saraiva, é preciso fortalecer a relação entre bancada e Santas Casas do Estado. “As emendas são fundamentais para garantir a continuidade do funcionamento dos Hospitais Filantrópicos e Santas Casas do Ceará, principalmente as emendas impositivas, que são direcionadas para o custeio das unidades”, explica Rosiley.
Além da carta, os parlamentares tiveram acesso aos números consolidados das unidades de saúde do Estado. A entrega dos documentos ocorreu durante a programação do XXIX Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, que acontece em Brasília.
O presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, Edson Rogatti, declarou que o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde já provocou o fechamento de muitos hospitais filantrópicos. “Precisamos de um financiamento justo, que cubra todos os custos das Santas Casas. Nesses sete meses de governo, tivemos um apoio importante a partir do alongamento das nossas dívidas junto ao BNDS Saúde. Porém, essa é uma saída transitória, uma medida paliativa”, ressaltou Rogatti.
Mesmo ciente das dificuldades das Santas Casas em todo o Brasil, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que é preciso, inicialmente, reconstruir a atenção primária à saúde. “A quantidade de recursos é finita. Os parlamentares podem calibrar os recursos para o setor através da peça orçamentária. Conhecemos a realidade das unidades filantrópicas e já conseguimos pequenos avanços no que diz respeito às linhas de crédito, mas sabemos que precisamos avançar”, disse o ministro.
Números
Somente em 2019, as 47 Santas Casas cearenses realizaram 51.588 procedimentos cirúrgicos das mais variadas especialidades, tais como, obstetrícia, pediátrica, cardiológica, neurológica, trauma/ortopédica, entre outras. O total de atendimentos atingiu 454.292.
No ano passado, o número de partos chegou a 19.013, índice superior aos 13.121 registrados em 2017. As unidades atualmente contam com 4.134 colaboradores (CLT), 537 prestadores de serviços e 686 médicos.
Atualmente, a dívida das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos gira em R$ 50 milhões. Em primeiro lugar, figuram os empréstimos bancários, no valor de R$ 19 milhões. Em segundo lugar estão os pagamentos de fornecedores, superando R$ 14 milhões.
(Foto – Femice)