Brasil Publicada em 09/07/19 às 12:58h - 217 visualizações
Estoque de soro antiofídico continua crítico no Ceará; quadro se normalizará somente em agosto
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(Foto: Instituto Butantan)
O estoque de soro antiofídico, para picadas de animais peçonhentos, continua crítico no Estado. Quixadá possui apenas uma ampola do medicamento utilizando para o tratamento de mordidas de jararacas, espécie venenosa mais comum na região, alerta o diretor da Coordenadoria Regional de Saúde do Sertão Central (8ª Cres), Weliton Xavier Queiroz.
Além dos agricultores, indo em maior número ao campo nesta época do ano, para a colheita do milho, a preocupação aumenta por ser período de férias escolares. Os jovens costumam se reunirem para percorrerem trilhas. Enquanto a distribuição dos antídotos antibotrópicos e anticrotálicos não se normaliza, é melhor evitar esse tipo de diversão.
Neste fim de semana duas pessoas foram mordidas por jararacas em Quixadá. A equipe da UPA 24h não forneceu detalhes. Informou apenas que os pacientes precisaram ser transferidos para o IJF, em Fortaleza, onde está localizado o maior Centro de Assistência Toxicológica (Ceatrox) do Estado.
Segundo Welinton Queiroz, além de Quixadá, a situação também está crítica nas macrorregiões de Sobral e de Russas. Os estoques do medicamento para mordidas de jararacas estão zerados. Nas cidades do Vale do Jaguaribe o quadro se alivia um pouco em razão de Limoeiro do Norte contar com oito doses. Havendo urgência o antídoto pode ser encaminhado para a cidade vizinha, explica.
Nesta segunda-feira (8) moradores da localidade de Tabuleiro, na zona rural de Russas se depararam com uma jararacana varanda de uma casa. Noutra localidade rural, Dourado, em Morada Nova, foram encontradas duas ninhadas de cobras coral, ainda cinco répteis dessa espécie, e uma jararaca.
“Ficamos assustados e preocupados, principalmente com as crianças, que estão de férias. Para evitar riscos preferimos matar as cobras e quebrar os ovos“, comentou um morador de Dourado.
“Russas possui 15 soros anticrotálico; Limoeiro tem 8 ampolas de antibotrópico e Aracati 12; a macrorregião do Cariri possui 13 antibotrópico e cinco antibotrópico crotálico; Tauá possui apenas duas ampolas. Estamos aguardando 150 ampolas do Instituto Butantan. O fornecimento é de responsabilidade do Ministério da Saúde“, acrescenta Welinton Queiroz.
Alerta até agosto
De acordo com o Ministério da Saúde, o abastecimento deverá começar a se normalizar a partir de agosto. Foi firmado um acordo com o Instituto Butantan para o aumento da produção dos imunobiológicos. O Instituto já enviou 3,5 mil ampolas do soro antiofídico para avaliação do Instituto Nacional de Controle de Qualidade e Saúde (INCQS/Fiocruz). Em seguida haverá distribuição aos estados.
O Ministério da Saúde informou estar se esforçando para regularizar a distribuição de soros antiofídicos no País, impactada pela redução da capacidade produtiva de dois laboratórios públicos: a Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e o Instituto Vital Brasil (IVB). Vem trabalhando conjuntamente com os laboratórios produtores na discussão dos cronogramas de entregas dos soros.
A Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e o Instituto Vital Brasil (IVB) tiveram a produção reduzida por estarem realizando adequações internas em razão da obrigatoriedade de cumprir diretrizes sobre boas práticas de fabricação de medicamentos, estabelecidas pela Anvisa.
Ao Ceará, foram enviadas 4.815 ampolas de soro antiveneno em 2018. Este ano foram entregues 2.585 unidades, acrescentou o Ministério da Saúde.
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