(Foto: Assessoria / CBF))
Maior emissora do País transmitindo todos os jogos do Brasil, bares promovendo eventos e empresas liberando funcionários. O cenário, claro, é de Copa do Mundo. Mas não o tradicional torneio masculino. O futebol feminino vive o protagonismo diante da 8ª edição da competição mundial, que começa hoje e segue até 7 de julho na França.
Desde 1991, a Copa do Mundo das mulheres futebolistas é realizada. Entretanto, a edição deste ano tem um diferencial importante: a visibilidade. O torneio em solo francês chega com perspectiva de ser o maior de todos os tempos na categoria. Nunca na história do futebol feminino houve uma cobertura jornalística tão expressiva. Com isso, o interesse pelo esporte vem aumentando e a venda de ingressos promete bater recorde.
Conforme pesquisa encomendada pelo instituto Nielsen, o interesse pelas disputas femininas aumentou nos últimos anos. Segundo os dados, 43% dos amantes de futebol entrevistados também gostam de jogos entre mulheres. O percentual representa base de fãs em potencial de cerca de 105 milhões de pessoas.
A Copa do Mundo na França já chega com expectativa de recordes. Em abril, de acordo com a Fifa, o Mundial já havia vendido 720 mil ingressos — quantia superior à das vendas para a mesma fase da edição 2015, no Canadá.
É esperado ainda recorde na transmissão de jogos. A projeção é que, ao todo, 1 bilhão de pessoas assistam aos duelos do Mundial. A Copa anterior bateu a marca de 750 milhões de espectadores.
"Nesta Copa teremos a explosão do futebol feminino", ressaltou o reeleito presidente da Fifa, o suíço Gianni Infantino.
No Brasil, Globo e Band irão transmitir os jogos do Brasil e prometem ampla cobertura na TV aberta.
O cenário positivo traz a esperança de que a Copa na França possa resultar em mudanças significativas para a categoria, que ainda engatinha em busca de crescimento e visibilidade no comparativo com as disputas masculinas. As jornalistas Karine Nascimento e Allana Alves acreditam que o Mundial de 2019 pode ser um marco para o esporte.
"Se a gente olhar para o Brasil, tem que pensar no futuro dessa Copa para além das quatro linhas. É o maior fruto dessa Copa, o respeito e o incentivo", afirma Karine, que é comentarista da Federação Cearense de Futebol (FCF) e comemora a presença de mulheres na cobertura.
Para Karine, a divulgação do Mundial pode construir nova relação do público com a modalidade e diminuir o preconceito. "A medida que reforça ao máximo que esporte é local para as mulheres, aumenta a conscientização. De 1941 a 1979, o futebol feminino era proibido por lei. É muito importante que esteja acontecendo essa visibilidade".
Coordenadora de Comunicação do Fortaleza Esporte Clube, Allana destaca o fato de a seleção brasileira masculina não estar vivendo sua melhor fase, abrindo espaço para as mulheres em meio à disputa de uma Copa do Mundo. "Chega como atração a mais para se acompanhar. A transmissão de todos os jogos deu outra pegada. Os veículos vão promover ainda mais. Tudo isso faz diferença", comenta
Goleira do Ceará, Lohana Oliveira, 18, diz ser uma "felicidade muito grande" vivenciar o momento atual do futebol feminino. "Devido à visibilidade que o esporte está tendo, as oportunidades estão se abrindo cada vez mais. Isso motiva. As mulheres não tinham esse espaço que está tendo hoje", comemora. O Alvinegro tem equipe profissional de atletas mulheres e disputa hoje a Série A2 do Brasileiro.
Convocadas
Goleiras: Aline, Bárbara e Letícia. Defensoras: Camila, Érika, Kathellen, Letícia, Mônica, Poliana, Tamires, e Tayla. Meio-campistas: Luana, Andressinha, Formiga e Thaisa. Atacantes: Andressa Alves, Bia Zaneratto, Cristiane, Debinha, Geyse, Ludmila, Marta e Raquel