(Foto: Rádio Fm Opção)
Anunciado nessa terça-feira, 4, o corte de bolsas de pós-graduação concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai atingir 63,4% de novos benefícios que seriam ofertados no Ceará. Em todo o País, a Capes bloqueou mais de 2,7 mil bolsas de pós-graduação.
Os bolsistas atuais não serão afetados por essa medida, que deve atingir somente os cursos que tiveram duas avaliações nota 3 consecutivas.
No total no Ceará, 59 bolsas foram cortadas, sendo 58 de mestrado e uma de pós-graduação.
A Universidade Federal do Ceará (UFC) teve o maior número de bolsas congeladas no Estado: 33 das 50 que seriam concedidas, todas do programa de mestrado. Também atingidas, a Universidade Estadual do Ceará (Uece), a Universidade Regional do Cariri (Urca), o Instituto Federal do Ceará (IFCE) e a Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA) enfrentaram reduções de, no mínimo, 62,5%
Apenas na UFC o número de bolsas cortadas neste ano em programas de pós-graduação já chega a 86. No dia 8 de maio, outras 53 bolsas foram cortadas, sendo 23 de mestrado, 20 de doutorado e 10 de mestrado.
A única instituição não atingida no Ceará foi a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), que enfrenta dificuldades após o bloqueio de verbas anunciado em maio deste ano e deverá decidir quais despesas serão quitadas ou negociadas a partir de agosto, caso a medida não seja revertida.
A Capes informou que o critério para corte de bolsas foi tomado para preservar os cursos mais bem avaliados nos últimos 10 anos. O órgão também explica que para resguardar a política de redução de assimetrias regionais, cursos localizados na Amazônia Legal tiveram o congelamento reduzido pela metade. A região Norte foi a que teve o menor índice de cortes, tanto nos programas de mestrado e doutorado como nos de pós-doutorado.
No País, 2.724 bolsas da pós-graduação foram cortadas. Com esse segundo anúncio, o Capes corta 6.198 bolsas em 2019. No dia 8 de maio, o órgão, ligado ao Ministério da Educação (MEC), havia anunciado um corte de 3,5 mil bolsas, também devido ao contingenciamento de R$ 7,4 bilhões na Educação.
À época do primeiro bloqueio, Anderson Ribeiro Correa, presidente da Capes, anunciou que poderia aumentar o contingenciamento. O que voltou a dizer nessa terça - embora ressaltou esperar que esse seja o último bloqueio.
Anderson Lozi, diretor de gestão da Capes, explicou que a instituição está tendo que deixar a estrutura administrativa do órgão mais enxuta. “Nós estamos renegociando os contratos administrativos, conseguindo preços mais vantajosos. Estamos postergando investimentos na área de TI e adotando medidas de economia de água, luz e demais despesas necessárias”, detalhou.